Em meio a tantos conflitos por causa de religião, cultura, costumes e guerras acontecendo a todo momento, inclusive nesse momento, Israel e Irã estão na iminência de começar uma guerra, um problema ainda maior que não é falado nos veículos de comunicação, mas que assola a população árabe é o alto consumo de drogas, na verdade uma em específico o Captagon (cocaína dos pobres).
Você que pensava que o alto consumo de drogas e traficantes perigosos fossem problemas enfrentados apenas nas Américas e Europa, nesse blog vamos te mostrar o que as grandes mídias não divulgam e o problema catastrófico que está acontecendo no Oriente Médio.
A Ascensão do Captagon: Impacto e Desafios no Oriente Médio
Nos últimos anos, o Oriente Médio tem enfrentado uma inundação de drogas sintéticas, com o Captagon, também conhecido como “a cocaína dos pobres”, no centro das atenções. Este estimulante, uma combinação de anfetaminas e cafeína, ganhou popularidade em países como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, onde é usado para suprimir a fome e o sono. O consumo disparou, tornando-se mais acessível e barato do que o álcool na região.
A Síria emergiu como um dos maiores produtores globais de desse entorpecente, proporcionando uma fonte vital de receita para o país e seu líder, Bashar al-Assad. A droga é contrabandeada para os países do Golfo Árabe através de milícias e redes de tráfico, afetando não apenas esses destinos, mas também as comunidades ao longo das rotas de contrabando, como Iraque e Jordânia. O comércio de Captagon tem alimentado a violência e financiado grupos nefastos em todo o Oriente Médio.
Os governos do Golfo Árabe têm lutado para conter o fluxo de Captagon. Esforços para negociar com a Síria e punir traficantes de drogas têm sido insuficientes. Para combater efetivamente o problema, é necessário estabelecer parcerias internacionais e adotar uma abordagem mais humanitária para o tratamento de usuários, em vez de recorrer à punição.
O desafio se intensifica com a ameaça iminente de uma crise de metanfetaminas, que poderia trazer consequências ainda mais devastadoras para a região. A colaboração global e políticas de prevenção e tratamento são cruciais para evitar que uma nova onda de dependência de drogas sintéticas assombre o Oriente Médio.
A Droga que Mudou de Identidade e Desafiou Governos
O Captagon, inicialmente um medicamento legítimo dos anos 60 para tratar a depressão e a narcolepsia, transformou-se em uma substância proibida na década de 80 devido ao seu alto potencial de dependência e graves efeitos colaterais. No entanto, a história desse tomou um rumo inesperado quando grupos criminosos na Bulgária começaram a produzir uma nova versão da droga, mantendo o nome, mas alterando sua composição química.
Esta nova versão do Captagon não encontrou espaço na Europa, já saturada com outras drogas ilícitas mais fortes como a heroína, a cocaína, a metanfetamina e o ecstasy, mas ganhou terreno no Médio Oriente, uma região com um mercado de drogas menos desenvolvido. A produção inicialmente nas mãos de traficantes libaneses e turcos, eventualmente migrou para a Síria em 2014, onde a indústria química robusta e a disponibilidade de químicos desempregados criaram o ambiente perfeito para a fabricação de drogas ilícitas. A guerra civil síria exacerbou a situação, com grupos terroristas como o Estado Islâmico e Jabhat al-Nusra controlando vastas áreas do país e financiando suas atividades através da venda do Captagon, que também era consumido por seus combatentes.
Após a derrota desses grupos islâmicos, o regime de Assad não só manteve a produção dessa droga como também a expandiu, tornando-a uma fonte essencial de renda em meio a sanções e a devastação econômica causada pela guerra. Estima-se que em 2021, o regime de Assad arrecadou até 5,7 milhões de dólares com a venda da substância ilícita, uma quantia significativa para a economia Síria. Além disso, milícias pró-iranianas no Líbano e no Iraque também lucraram com o comércio da droga.
Países como Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos têm feito esforços consideráveis para combater o tráfico de Captagon, com medidas que vão desde a execução de traficantes até ataques aéreos contra alvos na Síria. Apesar dessas ações, o tráfico dessa substância continua a prosperar.
As tentativas dos países árabes de negociar com o regime de Assad para conter a propagação dele têm sido infrutíferas. Embora a Síria tenha prometido combater o contrabando em troca de sua reintegração à Liga dos Estados Árabes, não há evidências de que a produção desse tenha diminuído, e as operações ligadas ao governo continuam sem restrições.
Combatendo a Crise de Drogas no Oriente Médio: Estratégias e Desafios
A luta contra o tráfico de drogas no Oriente Médio exige uma abordagem multifacetada, que combine políticas de saúde pública com estratégias de aplicação da lei mais eficazes. Os estados árabes estão reconhecendo a necessidade de mudança, com a Arábia Saudita liderando o caminho ao redirecionar usuários de drogas para tratamento em vez de processos criminais. A expansão do tratamento de transtornos por uso de substâncias é um passo positivo, mas é apenas uma parte da solução.
A aplicação da lei enfrenta desafios significativos devido à falta de cooperação e confiança entre as agências regionais. A partilha de informações é crucial para desmantelar as redes de contrabando, mas as relações tensas e as sanções complicam esses esforços. Os Estados Unidos têm um papel a desempenhar, incentivando a partilha de informações e apoiando a aplicação da lei no Oriente Médio, como demonstrado pelas sanções recentes contra indivíduos ligados ao tráfico de Captagon e pela Lei CAPTAGON assinada pelo presidente Joe Biden.
O risco de uma transição para a metanfetamina, uma droga ainda mais perigosa e lucrativa, é uma preocupação crescente. A evolução dos mercados de drogas ilícitas para substâncias mais potentes é uma tendência observada globalmente, e o Oriente Médio não está imune. A Síria, com sua infraestrutura química e redes de tráfico, pode facilmente tornar-se um produtor significativo de metanfetamina, seguindo os passos do Afeganistão e do Irã.
Os governos da região devem agir rapidamente para fechar laboratórios de metanfetamina e limpar os portos de entrada, como Abu Dhabi e Dubai, que são pontos de trânsito para o tráfico internacional. Além disso, é essencial combater a venda de drogas sintéticas online, empurrando os traficantes para a Dark Web, onde é mais difícil para os usuários localizarem vendedores.
A menos que medidas proativas sejam tomadas, o Oriente Médio corre o risco de ser inundado por uma crise de metanfetaminas, exacerbando os problemas de drogas na região e levando a consequências mais mortais e viciantes do que as causadas pelo Captagon.